Nesta composição, o vermelho que constrói os corpos revela mais do que carne, expõe o labirinto das emoções humanas. As figuras, entrelaçadas em linhas confusas e repetidas, parecem buscar uma saída, um outro, um toque que preencha o vazio que pulsa em seus peitos abertos.
Os corações, delineados em branco, simbolizam o desejo de amar e ser amado, mas também denunciam a ausência: são feridas luminosas, marcas de uma carência que insiste em se repetir.
O homem, multiplicado e perdido entre suas próprias versões, representa a psique fragmentada, aquele que busca o amor de forma compulsiva, tentando colar o que foi quebrado dentro de si.
No fundo verde e caótico, pulsa a tentativa de renascimento, mas a teia de linhas vermelhas o prende à repetição.
É o retrato do sujeito que não suporta o vazio e, por isso, transforma o amor em fuga.
O que resta é o corpo cansado de buscar, o coração que brilha por insistência e o paradoxo humano de desejar intensamente aquilo que só floresce quando se aprende a esperar.